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CriadoMudo
 
quinta-feira, julho 01, 2004  
No momento a melhor de todas as sensações é a de dever cumprido, de ter conseguido, por mim mesma, terminar TUDO o que deveria terminar e no prazo combinado! É muito ruim protelar, saborear angústias, viver na tormenta do 'ai, tenho que fazer/tinha que ter feito'!
A produção salva o ser humano, não tenho a menor dúvida disso! A inércia é o pior dos males.

03:00

sexta-feira, maio 21, 2004  
Estou com preguiça de desenvolver, mas acho ótima essa carta-bronca do Caio F. a um amigo, depois de receber uma carta mal-criada falando sobre seu ar blasé 'dentroutras' coisas. Aí vão trechos da carta, que foi dividida em tópicos:

1o - fui injusto - um pouco - ou excessivo com você. Ma non troppo.
Como te disse, voltei a SP ano passado, após dez meses de ausência, sem trabalho, sem casa sem nada. Discretamente enviei sinal de socorro aos amigos. Ninguém ajudou. Me virei sozinho. Isso me endureceu um pouco mais. (...) Não me lamuriei. Mas preciso que as pessoas saibam que isso doeu - exatamente porque algumas destas pessoas, como você importam para mim.

2o - Cheguei em Paris preocupado com a minha violência (...). Pedi desculpas com doçura.

3o - Você me responde duramente. Escuta:

4o - "Ar blasé" - não sei o que significa isso. Certa vez num grupo de psicanálise (fiz 14 anos, ganhei duas altas: acho que lido mais ou menos bem com meus demônios) uma garota disse que eu era "altivo". Achei chique. Talvez você queira dizer "ar aristocrático"? (...) Sou terrivelmente tímido e, na verdade, acho que tenho mais é um ar de cachorro surrado, daquele que levou muita porrada, passou fome, dormiu ao relento.

5o - Eu "não resisto a uma baixaria bem brega"! Resisto sim. Tenho um passado hippie que me deixou muitas coisas boas. Estou sempre preocupado com a ética, com a beleza, com a dignidade. Sou educadíssimo, e fui criado de maneira muito católica, com toda aquela culpa de 'maus' pensamentos, 'más' ações, e uma terrível nostalgia da 'bondade' (...). Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras - e por tudo isso, ando cada vez mais só. É como me sinto melhor.

6o - (...) "Si tout le monde était comme moi, je n`aurais pas besoin de detester les autres!"

7o - Amigos não "são para essas coisas", não. Isso é um clichê detestável, significando quase sempre que amigo é saco de pancadas, é uma espécie de privada onde o outro pode jogar dejetos, detritos imundos e dar descarga. Amigos são para dividir o bem e o mal, mas também para deixarem as coisas sempre limpas entre eles - amigos devem ser solidários.
(...)
É por isso que te escrevo, quase meio-dia, um sol raro lá fora. Guila, não me mande coisas assim raivosas. Eu não tenho anticorpos para esse tipo de coisa. Até hoje, um dos meus truques para sobreviver, mesmo não sendo mulher e nem sequer tendo cabelos, foi fazer o papel de 'loura burra'. Deixei passar muita agressividade, muita humilhação - mas estou farto. (...) Não agüento mais desaforo, e vou ficar pior, vou ficar, se Deus quiser, como Odete Lara, Greta Garbo, Fauzi Arap (...).

Não consigo terminá-la. Essa foi uma das cartas mais bonitas! Vou passá-la para o computador e repassá-la. Deveria virar corrente, sabe? Daquelas que se vc não repassar terá 20 anos de azar. :)

12:56

terça-feira, abril 20, 2004  
A cada dia me identifico mais e mais com o Garfield.



Odeio ter que fazer dieta. Com todos os meus esforços abandonei o cigarro, passei a comer melhor, tomar água clorofilada em jejum e antes de deitar etc.
Mas dieta é muito ruim.

- ah, roubei a tirinha da /caru

11:26

terça-feira, março 23, 2004  


Pensar sobre o tempo passado e ver como os conceitos mudam faz um bem danado, não é? Ser adolescente, por muitas vezes, foi infernal. Mas passou, pra mim. Pra uma parte não e até tento entender os motivos, cavucar os porquês. Não sei se essas coisas estão ligadas à estrutura familiar (aposto muito nessa opção), nas situações – constrangedoras - diversas passadas enquanto crianças/adolescentes, na falta de lei e por aí vai.
Eu explico. Andei questionando as ‘morais’ implícitas na Amizade e constatei que, por vezes, me engano, me iludo. Sou romântica mesmo, sempre disfarço o lado ruim das pessoas queridas em prol das fofices, ainda que estas fiquem boa parte do tempo escondidas. Amigo, ao meu ver, não fala mal, não sacaneia por trás – na frente pode, se moderadamente-, não diz que ama e ‘desdiz’ em apoio a outros amigos (mesmo que eu saiba o real valor do amor que essa pessoa possa vir a ter por mim), não pensa só em conjunto abandonando as idéias individuais pelas coletivas. Amigo não está sempre do lado, amigo não é frenético, amigo pode e deve criticar, amigo não deixa margem para desconfiança, amigo erra, mas conserta e não volta a errar – não o mesmo erro, amigo não critica, toda vez, a sua roupa, amigo sabe conversar sério, ainda que no meio da agitação coletiva. Acho inadmissível desconfiar de amigo. É uma das piores sensações do mundo.
Aí entram as minhas questões!
Essa gente que pisa nos outros, que leva a vida como uma grande e interminável festa, cheia de glamour, que se ‘diz' kitsch, que se droga – ou não -, que foge de todo e qualquer 'limite', que acha que toda unanimidade é burra, que ser cool é ir contra os outros, que regras foram feitas para serem quebradas, que fazer sexo, brincar com sexo, fingir que faz sexo, dançar sexo, comer sexo, imitar sexo é a grande diversão... não, não dá.
Isso tudo pode parecer caretice, mas é o seguinte: Tudo isso pode - e deve! - ser divertido, mas não como vida, não como A Vida.
Engraçado que depois de escrever isso aqui, peguei o “Cartas” do Caio F. e li uma, escrita para a H.Hilst, que dizia assim:
“ (...) se você soubesse (...) como me distanciei de mim e das coisas em que acreditava: tenho participado de festas louquíssimas, na base da maconha, da nudez, jogo da verdade, bacanais, surubas. Por favor, queria tanto que me compreendesses. Ando muito sozinho, nessas festas se reúnem artistas plásticos, atores, atrizes, escritores – todos jovens, perdidos, desesperados – é uma coisa terrível. Chega a ser comovente a maneira errada como eles buscam a pureza, como eles tentam se convencer que os bacanais são a forma mais absoluta de comunicação: finjo o tempo todo, rio, sou alegre, dispersivo, com aquele brilho superficial e ridículo. E em cada fim de noite me sinto um lixo."


16:26

segunda-feira, fevereiro 16, 2004  
Conversando com uma amiga, cheguei a seguinte – e belíssima - conclusão: sou um exemplo perfeito da 'sujeita' pós-moderna que vive uma puta crise por buscar o ‘clássico’. E isso tem explicação. Pode ser uma grande loucura, mas faz todo sentido.
Agora, por exemplo, estou com a tv ligada no 'MUDO', ouvindo música, conversando com 3 pessoas, pesquisando sobre um texto que li e escrevendo esse post. Estou ‘concentrada’ em diversas coisas diferentes. E na hora que tenho que parar para ler UM livro, fodeu! Está aí a minha crise. É quase ‘simples’, assim. Um de meus maiores sonhos era conseguir me dar um tempo. Me permitir independer de várias coisas para poder realizar UMA somente. Eu paraliso, travo. Minha cabeça não funciona. E tudo, tudo mesmo que eu gostaria de ter era concentração profunda para dissecar UM assunto específico, dos 30 milhões de meu interesse, obviamente. É medonho isso! Me atrapalha para caramba.
...
Estava há pouco conversando com a Cindy sobre como era nossa vida pré-internet. E, bizarro!, eu não lembro. Não lembro como fazia para descobrir em que ano um álbum foi lançado, por exemplo. Eu devia perguntar para alguém que poderia, talvez, saber um pouco mais que eu sobre o assunto e aceitar uma resposta imprecisa como certa. Era isso? Porque eu não ligaria para a gravadora atrás da informação.
...
Eu busco, seja por mim mesma, pela análise, pelos bate-papos com amigos, ou sei lá por onde, voltar a ter concentração para fazer o que quero, mas o que quero de verdade, que é estudar com afinco, produzir, ler por prazer, ouvir por prazer. Sentir de fato. É isso! Sentir o que sinto de verdade! Parece loucura, mas falo de sentir profundamente e não superficialmente. Não que, com freqüencia, eu sinta que sinto superficialmente. Mas analisando fica nítido. Não falo de sentimento por pessoas, mas pelas minhas atividades, minhas expectativas.
Estou complicando demais. Depois desenvolvo melhor.

03:53

sábado, janeiro 17, 2004  
As pessoas foram embora às 07:30!
Fazia tempo que não bebíamos tanto e num clima tão 'da paz'. Consegui expôr todos os meus problemas com cada um e ouvir qual era o meu. Coisa rara, mas que a gente vai aprendendo, tem que aprender.
É bom dessa forma, sem maiores estresses.
Por que, geralmente, as pessoas se fecham para o que vamos falar/estamos falando e só o que pensavam antes conta? E se ouvimos algo diferente do que estava na nossa cabeça, do que gostaríamos de ouvir, enfim, tudo o que não gostaríamos de ouvir, que discordamos, lá vem o stress, a confusão, a voz elevada, a raiva, a mágoa... só coisa MUITO ruim de sentir! Infelizmente, me incluo nisso. Incluo todo mundo.
Ruim, né? Mas uma hora muda, muda, sim.

13:02

domingo, janeiro 11, 2004  
Gostaria de ter a mesma veia cômica que a minha querida Maria de Fátima, mas contarei do meu jeito o acontecimento da noite que não deveria ter acontecido.
Fomos eu, Cindy, Rafa, Ana Rachel, Ana Paula e Fernanda ao "Casa da Lua", um pub (!) em Ipanema. Saí de casa às 22h, cheguei por volta de 0h somente e saí do lugar, novamente para casa, às 01:30. E, definitivamente, não valeu o esforço.
Estávamos sentadas na mesa junto à porta, de costas para a rua, quando, primeiramente, fui abordada por um rapaz loiro, bonito, com um bigodinho horroroso e vestido 'à moda antiga'. Ele perguntava o que eu, justo eu, achava sobre traição. A pergunta se estendeu para a mesa. Ele queria saber se achávamos que a fidelidade deveria ser facultativa. A resposta veio em coro: "Ela é!". Imediatamente o sujeito fala, em tom galanteador, "Então...", e nos entrega um folheto escrito "Traição, de Nelson Rodrigues" e se retira.
???
O segundo episódio, que acabou finalizando a noite, adveio dos céus. Ou das árvores próximas e se aboletou em meus lindos e negros cabelos. Uma cigarra, provavelmente criada e libertada por essa gente doida de laboratórios, se engalfinhou em meus cachos e ficou batendo as asas. Eu, obviamente, comecei a berrar, a me descabelar e a estapear a Ana Paula, que nada fez além de gritar junto. Ela e o bar inteiro! Foi lindo ver aquelas sapatonas velhas, as patricinhas, as 'cultzinhas' berrando junto! A Cindy e a Rafa se abraçaram e berraram juntas. Logo estavam na rua, não sei nem como. A Fernanda se retirou e foi ao banheiro. E a Ana Rachel me pedia calma!
Justo em mim aquele bicho tinha que pousar? Puta que pariu.
Tudo acabou com um menino subindo na cadeira, pegando a cigarra metaformoseada em supermegaultrabaratobesourocigarrabatedoradeasas e a jogando na rua.
As conversas se perderam e meia hora depois já tínhamos ido embora.
Mas, enfim. Eu queria mesmo ter saído de casa. Certamente teria ficado frustrada se continuasse na frente do pc ou arranjando forças para começar a faxina nas minhas 6 portas de armário e 13 gavetas.


15:04

 
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